Idosos no mundo atual

A população mundial está crescendo gradativamente, e juntamente com ela a expectativa de vida dos idosos. Tal fato aumenta a participação desses em nosso meio, apesar de serem discriminados por grande parte da população. Uma pessoa é considerada idosa a partir de 60 anos e podemos perceber que mesmo com a idade eles são capazes de levar uma vida comum. Assim, é desnecessário o preconceito que existe por grande parte da sociedade que acredita que eles já estão “vencidos”.

Mesmo com as debilidades da idade e sendo inúmeras vezes marginalizados, os idosos assumem um papel importante na coletividade. Além de ser um grande poço de experiência, o idoso de hoje é um lutador contra barreiras que jamais foram transpostas: a do preconceito e a da discriminação.

Devido à nossa cultura hedonista (valoriza a juventude), a discriminação etária, ou seja, baseada na idade, vem sendo cada vez mais frequente. Além de socialmente serem taxados como lentos, fracos, inúteis, os idosos também passam por dificuldades no mercado de trabalho. A alta experiência destes demanda um salário elevado e o preconceito os torna marginalizados. A impressão que se tem é de que as coisas estão invertidas. Com o envelhecer, as pessoas deveriam ganhar mais respeito, mas na prática acontece o contrário.

Com todo esse tabu cultural existente na nossa sociedade, questões importantes sobre a velhice não são discutidas, ou são deixadas de lado. A relação familiar de um idoso é um fator determinante na forma de como ele leva sua própria vida.

Atualmente, a situação entre idosos e suas famílias são das mais variadas formas. Temos idosos que são feches de famílias, onde sustentam filhos e até mesmo os netos. Existem alguns idosos que vivem apenas com sua esposa, vivendo na maioria das vezes por suas aposentadorias, e têm contato com filhos e parentes frequentemente. Temos também idosos que foram abandonados por suas famílias, e não têm contato há anos. E ainda há casos onde os idosos são completamente dependentes dos filhos, tanto financeiramente, tanto por cuidados especiais.

Muitas pessoas apresentam interesse sexual na terceira idade, mas apenas 15% são considerados sexualmente ativos. A crença de que o avançar da idade e o declinar da atividade sexual estejam interligados tem sido responsável para que não se prestasse atenção suficiente a uma das atividades mais fortemente associadas à qualidade de vida, como é a sexualidade.

Devido ao desconhecimento e à pressão cultural, várias pessoas de idade avançada, nas quais ainda é intenso o desejo sexual, experimentam um sentimento de culpa e de vergonha, considerando-se até mesmo anormais, pelo simples fato de se perceberem com vontade do prazer. Os idosos se distanciam e esquecem seu próprio corpo e, tanto quanto ou mais que na infância, a sociedade impõe que a sexualidade deva ser totalmente ignorada na velhice. Enquanto isso, estudos afirmam que uma boa vida sexual ativa pode prolongar a vida por até oito anos.

Outro ponto muito importante, mas que cai no esquecimento é o lazer durante a velhice. Diretamente associado à qualidade de vida, o lazer é indispensável a qualquer cidadão, independente de sua idade. Ou seja, a idéia de que idoso só serve para fazer tricô já não devia nem existir mais. Dançar, praticar esportes, passear, se divertir, são atividades que não podem ser esquecidas durante a terceira idade, pois representam acima de tudo saúde.

Enfim, na sociedade atual faz-se necessário respeitar e garantir ao idoso uma qualidade de vida mínima, ao menos digna de um ser humano. Somente a partir daí poderemos falar sobre justiça em nosso meio.

Fonte: Ciência e Cidadania